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GERAL

Criciúma e o crime de 1978 – o maior registrado na cidade

Em 1978, com repercussão nacional, a explosão do prédio que pertencia a Raul de Oliveira foi a maior tragédia já registrada na história de Criciúma. Com a intenção de reabilitar-se financeiramente, o proprietário arquitetou, junto ao conhecido incendiário Olívio Francisco de Aguiar, o plano para incendiar o prédio na Rua Henrique Lage, no qual possuía, além de uma malharia e loja de camisas, apartamentos ocupados.

Raul havia conhecido Olívio no Presídio estadual Santa Augusta, na ocasião em que os dois se encontravam detidos. Olívio estava cumprindo pena de dois anos por haver incendiado um prédio em São João do Sul, sul do estado.

Após cumprir parte da pena, Raul passou por várias companhias seguradoras, a fim de conseguir apólices para praticamente tudo que havia no prédio. Ao fim conseguiu segurar o edifício, os móveis, as máquinas e o estoque da loja e da malharia. Com as apólices prontas, contatou Olívio, que também já havia saído do Presídio Santa Augusta e juntos planejaram o golpe. Olívio Francisco de Aguiar receberia parte do prêmio em troca do serviço.

Era madrugada de 29 de março de 1978 quando Olívio e seus dois filhos chegaram a Criciúma e se encontraram com Raul, nas proximidades do prédio. Estavam decididos a realizar o crime que marcaria a Cidade, como o mais hediondo de todos os crimes já cometidos em Criciúma.

Raul e seus comparsas acondicionaram, em latões, dezenas de litros de gasolina e quase uma dezena de botijões de gás junto aos alicerces do prédio. Exatamente às 2h45min da madrugada de 29 de março, ocorreu a explosão, que causou a morte imediata de nove pessoas, mais quatro vítimas que não resistiram aos ferimentos e queimaduras.

Raul traiu seus comparsas, ateando fogo ao rastilho de gasolina antes que eles saíssem do prédio.

De acordo com matéria veiculada no jornal Correio do Sudeste, um dos vizinhos, senhor Albino Castelan, disse que “não houve uma explosão seca, e sim lenta, como em rápida cadeia”. O primeiro a chegar ao local foi José Carlos Fernandes Alves, que, com alguns populares, tentou resgatar as vítimas.

O filho mais jovem de Olívio, Gilmar Francisco de Aguiar, foi o último a falecer. Antes prestou depoimento à polícia e concedeu entrevista ao jornal Correio do Sudeste, na qual fez revelações fundamentais para o que o crime fosse desvendado. Gilmar declarou que o responsável direto pela explosão foi Raul de Oliveira, sendo a intenção de não deixar nenhuma testemunha.

Das vítimas que saíram vivas dos escombros apenas uma sobreviveu: Roselei Chagas, na época, com 12 anos de idade. De sua família restaram apenas ela e seu pai, Brasil Chagas, viajando na hora da explosão. Os demais morreram no local.

Graças ao depoimento do menor Gilmar e das próprias declarações de Raul de Oliveira este foi detido no Presídio Santa Augusta. Ele foi condenado a 251 anos de prisão, dos quais cumpriu apenas 17. (Fonte: Fernando Debrida Martins, Graduado em História, www.camaracriciuma.sc.gov.br/historia-criciuma-ver/crime-de-1978-6) (Foto: Foto: Reprodução de jornais da época/Antônio Colossi)