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SAÚDE

Enfermeiras na linha de frente contra o coronavírus

Nos treinamentos que recebeu nos últimos dias sobre o atendimento a pacientes com suspeita de coronavírus, uma enfermeira do Hospital São Paulo (da Universidade Federal de São Paulo, Unifesp) foi informada de que um dos equipamentos de proteção, a máscara N95 (cujo filtro bloqueia até 95% das partículas em suspensão), terá uso restrito.
 
“Fomos orientadas a utilizar a máscara por sete dias, o que eu achei um absurdo. Segundo o fabricante, é por período. Vamos ter que guardar a nossa máscara e trocar a cada semana. Se não tiver nenhum dano, a gente vai permanecer com ela”, diz a enfermeira, cuja identidade será preservada pela reportagem.
 
“O que dá medo é a nossa saturação mental e física. Nós já trabalhamos em um ambiente bem estressante e, com uma doença tão perigosa, a insegurança também aumenta. A gente não sabe o que vem por aí”, desabafa a enfermeira,  que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Paulo. Entramos em contato com o hospital, mas não tivemos retorno até a publicação da reportagem.
 
Com o aumento da demanda, a enfermeira conta que a orientação é reservar uma área da UTI para pacientes com coronavírus e selecionar enfermeiras só para esses casos, com o objetivo de diminuir a possibilidade de transmissão da doença entre outros pacientes do hospital.
 
“Inevitavelmente a categoria estará na linha de frente, em contato 24 horas com casos suspeitos e confirmados. Nós estamos preocupados e buscando preservar ao máximo os profissionais”, afirma Walkirio Almeida, coordenador do Comitê de Gestão da Crise do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
 
Para o Conselho, as principais preocupações com os profissionais de enfermagem são os EPIs, a capacitação para os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde e garantir que eles estão preparados para usar os equipamentos.
 
“Não adianta oferecer equipamentos de proteção e não preparar os profissionais para usá-los corretamente”, diz Almeida. O conselho vai permanecer com sua sede e conselhos regionais abertos para realizar fiscalizações e atender as demandas dos profissionais. (Fonte: http://www.corensc.gov.br)