Eis o assunto que nos faz torcer o nariz, virar a página do jornal, desligar a televisão e mudar o rumo da prosa em rodas de conversas. Sabemos que é um problema cada vez mais presente no contexto atual, porém, atentar contra a própria vida, para muitos, ainda é algo difícil de discutir.

Por quê?

Bom, há quem diga que discutir o suicídio abertamente pode incentivar outras pessoas a fazer uso desse subterfúgio e por consequência, virar modismo, sobretudo em tempos de pandemia. Portanto, o que não é visto ou debatido, também não será lembrado.

Mas, e aqueles que sobreviveram? Será que não necessitam de ajuda profissional?

Pois bem, tomei a iniciativa de realizar um levantamento sobre o número de suicídios ocorridos em nossa cidade. A pesquisa se refere a dois períodos distintos, ou seja, os acontecidos de 1° de janeiro a 10 de março dos anos de 2020 e 2021. Trata-se de um comparativo entre o antes e o atual cenário da pandemia. Em resumo, tivemos 07 registros no ano passado contra 17 em 2021. Um aumento considerável no NÚMERO DE REGISTROS.

Do outro lado dessas histórias tristes está a atuação dos heróis anônimos, visto que, somados os dois períodos, a agilidade na atuação de policiais militares, Bombeiros e de alguns amigos próximos das vítimas conseguiram evitar a morte de 12 das 24 vítimas. A pesquisa também apontou que nessas ações: 14 pessoas adotaram o uso de cordas, 03 tentaram pular de pontes, 02 fizeram uso de facas, além da prática do abuso de medicamentos. Os números mostraram ainda o quanto maquiavélica é a DEPPRESSÃO. Um inimigo astuto, paciente, silencioso e que não escolhe idade, sexo, raça, credo religioso ou classe social.

Boa parte delas estavam passando por problemas psicológicos, o que fez alterar radicalmente a sua percepção do mundo real.

Nesse contexto, também foram computadas as pessoas que aparentemente teriam morrido de causas naturais, sendo 02 no período relacionado a 2020 e 04 em 2021. Diante desse triste quadro, como nos prevenir?

- Fique atento aos sinais de sofrimento emocional;
- Leve a sério os sinais;
- Busque conversar e mostrar que a pessoa não está sozinha;
- Mostre que existem recursos para ajudar;
- Ocupe o seu tempo com atividades que lhe dê prazer, às vezes uma simples leitura é o suficiente;
- Atenção no que o seu filho está assistindo na internet;
- Valorize uma boa conversa em família, ainda que esse momento aconteça de forma virtual (face time);
- Abrace e beije mais, os seus filhos, pais e avós.

Lembrando que a Polícia Militar (190), o SAMU (192) e os Bombeiros (193) estarão sempre à disposição. Não hesite em chamar!