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Família Milanez

GERAL

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Um pouco da história de dona Carmela Milanese

A dona Carmela Milanese nasceu no Morro da Cruz no dia 06 de novembro de 1926, estando com 78 anos de idade. Cresceu, casou, trabalhou, e teve 10 filhos.

Os pais de Carmela, seu Giusepe (José) Milanese e Maria Dário Milanese, quando casaram escolheram colonizar, residir e criar seus filhos no Morro da Miséria (Morro da Cruz), na Mina Unão e aí permaneceram até falecerem, ambos na década de 70. 

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Sua tia Augusta Zanette Milanese foi a primeira professora no Morro da Cruz. As aulas eram em italiano, na própria residência dela, lá pelos idos de 1910. Carmela estudou na Escola Estadual de Santa Augusta e cursou o primeiro e o segundo ano. A escola foi transferida para as margens da estrada geral, nas proximidades do Canório, terras de Antônio Just, e lá cursou o terceiro ano.

O quarto, quinto e o sexto ano do curso complementar foi no Grupo Escolar “Professor Lapagesse”, de 1941 à 1943. Em 1948 e 1949, já dando aula, fez o curso Normal Regional “Nicolau Pederneiras” - sétimo e oitavo ano também no grupo Escolar Professor Lapagesse. O normal de férias (CIRPRO), entre 71 a 73 fez no Colegião. Sempre trabalhou como Professora estadual na Escola Irmã Edviges.

Quando Carmela estudava no Lapagese, o Sr. Contin Portella, sócio da Carbonífera União, e muito amigo da família Milanese prometeu ao pai dela que quando ela concluísse os estudos pediria a criação de uma escola no Morro da Cruz para ela ser a professora. Assim, completado o estudo em 1943, a promessa foi cumprida pelo Sr. Portella. A escola foi construída pela Carbonífera com a ajuda das famílias Milanese, Dário, Brunelli, Simon, Ronchi e outras.

Dona Carmela participou ativamente já da fundação da escola, sendo que em 1944 fez sozinha  o recenseamento para sua criação e depois a primeira matrícula dos alunos; ajudou a preparar e a inaugurar a escola; trabalhou incansavelmente para a boa qualidade e expansão da educação com a criação da 5ª e a 8ª séries e a ampliação do ensino médio; ampliações no primeiro prédio em madeira e a construção do novo e o atual prédio.

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 Exerceu também a direção da escola desde o seu  início (a inauguração foi em 02.08.1945 e seu funcionamento no dia seis, ficando até início de 1971.

As localidades - hoje Mina União e Morro da Cruz (Distrito de Rio Maina) foram conhecidas, inicialmente, como “Morro da Miséria”. Teve esse nome em meados de 1900, quando homens de Araranguá, encarregados da demarcação de terras (picadões para separação dos lotes/colônias), que por ali passavam quase não encontravam caça, daí começaram a chamar o local de MORRO DA MISÉRIA.

Ao recém ordenado Padre Agenor Neves Marques (coadjutor da Paróquia São José de Criciúma), incomodava este nome, por não espelhar a realidade de seus habitantes, ou seja, pessoas simples e trabalhadoras, católicas praticantes e com certo grau de instrução. Então Padre Agenor fez uma reunião com os moradores e lançou a idéia da construção de uma cruz no topo do morro e, então, mudariam o nome para Morro da Cruz. A idéia foi aceita.

Uma grande cruz de concreto, com cerca de nove metros de altura da base ao topo foi erguida no alto do morro. Sobre o patamar da base da cruz se avistava até a Praia do Rincão. O pedreiro foi Augusto Peruchi, ajudado pelos moradores do local (colonos e primeiros trabalhadores da mina) que abriram a picada, transportaram o material necessário e serviam de ajudantes, além de custearem a obra. Nos braços da cruz a inscrição muito usada à época: “Salva a tua alma”.

No dia 05 de Maio de 1946 os moradores viveram uma manhã festiva. Iniciou na capelinha local (lamentavelmente já demolida), ao pé do morro, com a Primeira Eucaristia da primeira turma que teve catequese na escola inaugurada dia 02/08/1945.

As celebrações foram presididas pelo Padre Agenor, por deferência do Padre Pedro Baldoncini, seu superior na Paróquia São José. A partir desse dia  a comunidade deixou a denominação “Morro da Miséria” de lado e passou a adotar “Morro da Cruz”.

Também a escola  e o escritório da Mina União começaram a usar Morro da Cruz em seus documentos de localização. Na época os líideres locais eram Demétrio Dário (neto do imigrante Benjamim Dário), Francisco Milanez, Gracioso Meller, Victório Benincá, Bonfilho Brunelli, Mario Zanette, Martinho Brunelli, Carmela Milanese (professora) e ainda outros.

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Hoje entende-se por Morro da Cruz até a atual igreja Nossa Senhora da Saúde, parte mais agrícola e formada em sua maioria por descendentes dos italianos que a colonizaram. E por Mina União a partir dela (não sei se o nome Mina União está oficializado como localidade no município). Nessa segunda parte situam-se a nova escola (Escola Estadual Irmã Edwirges) e o Parque Ecológico Municipal José Milanese.

Agradeço a Dona Carmela Milanese e Eunice Maria Milanese( filha) por enriquecer esta coluna com tão bela história.

Proverbio Veneto: Quando si ama, anche i sassi diventano stele. Mais um: Il caldo del letto non fa bolir la pentola.

Proverbio Italiano: Chi sa fare e chi non sa fare insegna.

Un bacio a tutti di Zio Toni.

Carmela Milanese

escola irmã edvirges

professora